O romance Pamela, de Samuel Richardson (1740), inova ao misturar detalhismo na descrição das cenas cotidianas e dos sentimentos da protagonista. Pressionada pela perseguição empreendida por seu patrão, o poderoso magistrado Mr. B, num misto de opressão social explícita e fantasia erótica sub-reptícia, Pamela vira símbolo realista de uma ética hiper-idealista - paradoxo que só enriquece esse momento definidor de um novo contrato entre obra e leitor. Voltaire, Rosseau e Diderot respondem com obras próprias a tal abalo cultural.Outros autores, hoje desconhecidos Boissy ou dAucour , atuam como fomentadores do embate entre a sensibilité e a libertinage entre a mímese que exige empatia e a do cinismo distanciado. Diderot será o teórico sutil do novo momento, em ensaios sobre o teatro ou mesmo em seus romances, como A Religiosa. Faz um hiperbólico (e brilhante) Elogio a Richardson com vistas a descrever o novo pacto de leitura no Ocidente. Se Marivaux cria uma personagem coquete que resiste à centralidade masculina e Voltaire se afasta do aristocratismo rumo ao enternecimento, Crébillon fils criará o tipo do libertino, deixando claro o tensionamento ético que se joga no tabuleiro do drama, do romance e da teoria da nova verossimilhança, a definir o campo estético da Europa do momento, entre França e Inglaterra, entre o antigo classicismo e a nascente modernidade estética.
Código de Barras: 9788579395789
Tipo de Item: Livro Impresso
Formato da Edição: Brochura
Data de Lançamento: 09/09/2019
Idioma: Português
Título: Sensibilidade, coquetismo e libertinagem
Artista(s): Silva, André Luiz Barros da (Autor)
ISBN: 9788579395789
Número de Páginas: 418
Editora: Alameda Casa Editorial
Selo: Alameda Editorial
Gênero: Humanidades
(Os dados técnicos do produto informados acima foram fornecidos pelo fabricante. Embora não seja comum, variações podem ocorrer)